O grande problema dos automóveis elétricos (AE) é o tempo de carregamento. Há várias dimensões neste problema:
– Por um lado, a capacidade das baterias em aceitarem carregamentos mais rápidos implica soluções complexas para não comprometer a durabilidade. Desde novas composições dos materiais dos elétrodos e do eletrólito, até soluções de gestão térmica, a investigação é fervilhante nesta área;
– Por outro lado, para se carregar rápido é preciso que os carregadores tenham capacidade para tal. Também aqui temos assistido a aumentos da potência. Comercialmente já temos carregadores de 350 kW e já se fala de potencias que podem chegar a 700 kW. Naturalmente para que tal se concretize há que ser capaz de fornecer esta energia ao posto de abastecimento e depois ao automóvel. A primeira parte é uma questão de capacidade de geraçao dessa energia, ou através de painéis, ou por fornecimento do operador de energia, tal como se tem que fornecer energia a um prédio ou a um parque industrial. Quanto ao cabo, as potências mais elevadas atuais fazem com que os cabos estejam perto do limite e por isso são necessárias melhorias. Um cabo além de ter que aguentar as elevadas potências por tempo prolongado, tem que ser maleável, para se poder manusear e ligar o posto de abastecimento à ficha de abastecimento do automóvel e isso não é fácil.
No entanto, uma pesquisa da Purdue University (financiada por uma aliança de P&D com a Ford Motor Co.) pode mudar tudo.
A nova tecnologia de cabo – com patente pendente – é capaz de carregar um AE nuns espantosos cinco minutos (desde que os restantes fatores acima referidos o permitam), porque consegue enviar mais corrente do que os cabos em uso. Os cientistas dizem que passa 4 a 6 vezes mais corrente do que os melhores do mercado.
O problema dos cabos é o aquecimento. Mover muita eletricidade gera muito calor.
Parte desse calor pode ser dissipado usando apenas um cabo mais grosso. Mas para mover tanta corrente com as tecnologias actuais, seria necessário um cabo com um diâmetro tão largo – e caro – que muitas pessoas teriam dificuldade em usá-lo.
A tecnologia Ford/Purdue permite que um cabo seja tão pequeno, ou talvez até menor, do que os cabos que temos hoje, ao mesmo tempo em que transporta muito mais eletricidade. Como? A técnica resume-se ao arrefecimento a líquido, que já foi utilizado com sucesso em tecnologias como placas gráficas e lâmpadas LED.
O cabo é enrolado como uma mangueira de jardim, com um líquido escorrendo pelo fio. À medida que o líquido aquece, ele evapora dentro do próprio cabo. Devido ao refrigerante químico usado, o líquido transforma-se em vapor antes de atingir o ponto de ebulição da água, evitando queimaduras.
Crédito da foto: Pardue University