Sabemos que o fluor é um importante elemento para a boa saúde dos nossos dentes, porque se combina com vários mineirais criando uma capa resistente que diminui o risco de cáries.
É uma pergunta pertinente querer saber de onde vem o flúor. Tal como como a maioria dos outros elementos que constituem toda a matéria, o fluor é forjado nas estrelas, mas até agora não se conhecia bem o tipo de estrelas onde a maior parte do fluor existente no Universo foi originado.
Um estudo publicado na Nature Astronomy dá um forte contributo para se desvendar esse mistério. Através desse extraordinário instrumento do engenho humano, a matriz de 66 rádiotelescópios que forma o ALMA – Atacama Large Millimiter/Submillimer Array – uma equipa de astrónomos detetou moléculas de fluor numa galáxia situada a 12 mil milhões de luz. Isto signfica que a luz demorou esse tempo a chegar até nós e por isso a observação corresponde à galáxia, tal como esta era, quando o universo tinha apenas 10% da idade atual ou seja cerca de 1400 milhões de anos.
Os dados revelaram-se algo surpreendentes, tendo evidenciado um sinal no espetro, no comprimento de onda correspondente ao da absorção de luz da molécula do ácido fluorídrico (HF). Isto permitiu à equipa concluir, que as enormes nuvens de gás da galáxia NGP – 190387 continham quantidades signficativas de ácido fluoridrico e no passo seguinte passaram a procurar o tipo de estrela que o pudesse ter formado.
No fim das suas vidas, as estrelas expelem os elementos que são formados nas enormes pressões e temperaturas do seu interior. Como a observação se refere a uma idade do universo bastante jovem, isto significa que as estrelas onde o fluor foi produzido foram estrelas com uma vida curta, provavelmente do tipo Wolf-Rayet. Estas são um tipo de estrelas com massa muito elevada e muito turbulentas perdendo rapidamente essa massa e vivendo apenas alguns milhões de anos.
Portanto ficámos a saber que os seus dentes e as estrelas do tipo Wolf-Rayet são fortes aliados contra a cárie!
Crédito da foto: CNN
