A IA – Inteligência Artificial – tem vindo a ganhar cada vez mais qualidade na deteção de padrões. Um grande volume de dados classificados pré-existentes são utilizados por algoritmos poderosos, por forma a comparar com novas situações e verificar a que padrão correspondem. As utilizações são inúmeras, desde a medicina, à análise de processos judiciais ou processos do quotidiano, como a análise do comportamento de cada pessoa na internet. A IA já consegue identificar padrões complexos com taxas de sucesso superiores aos maiores especialistas humanos.
Neste caso, a empresa Suíça, Art Recognition, utilizou estes algoritmos de redes neuronais, para verificar um dos mais famosos quadros atribuídos ao pintor famoso do sec. XVII, Paul Rubens, e concluiu, depois de analisar 148 pinturas incontestadas do pintor que, com uma probabilidade superior a 91,78%, o quadro Sansão e Dalila atualmente exposto na National Gallery em Londres, não é de Rubens.
Apesar de existirem especialistas que há muito tempo levantavam esta dúvida, por algumas características da pintura serem diferentes do habitual em Rubens e por utilizar um tipo de tinta que só se tornou comum algumas décadas mais tarde da data que é atribuída ao quadro, a National Gallery sempre rejeitou estas dissonâncias de opinião entre especialistas. Está naturalmente em causa o valor do quadro, atualmente avaliado em cerca de 8 milhões de euros, havendo uma perspetiva de subir para várias dezenas de milhões a exemplo do que aconteceu a outros quadros com igual significado. Naturalmente, com esta dúvida de veracidade, dificilmente esse valor se verificará.
Os testes foram repetidos diversas vezes e, com pequenas variações a conclusão foi igual, sempre com probabilidade acima dos 90%.
Por outro lado, outro quadro do mesmo pintor, que também gerava dúvidas – A vista de Het Steen pela manhã – foi confirmado pelos cientistas como tendo uma probabilidade de 98,76% de ser do artista.
O que nos irá dizer mais a IA no futuro?
Em que áreas irá a IA descobrir que aquilo que julgamos ser de uma determinada maneira afinal é de outra?
Crédito da foto: National Gallery