Um implante cerebral permitiu, com uma precisão de 94%, transcrever um texto imaginado por um homem completamente paralisado. Este implante resultou de uma colaboração de investigação de longa data, chamada BrainGate, e é uma interface cérebro -computador (BCI), que usa inteligência artificial (IA) para interpretar sinais de atividade nos neurónios gerados durante a caligrafia imaginada.
O homem a quem foi feito o implante imaginou que estava a usar a mão para escrever como se o estivesse a fazer na realidade, concentrando-se de modo a simular o processo com papel e caneta. Ao fazê-lo, os elétrodos implantados no córtex motor do cérebro, registaram sinais da sua atividade cerebral, que foram então interpretados por algoritmos descobrindo as trajetórias imaginárias da caneta e rastreando mentalmente as 26 letras do alfabeto e as marcas de pontuação.
“Este novo sistema utiliza tanto a rica atividade neuronal registada pelos elétrodos intracorticais, como o poder dos modelos linguísticos que, quando aplicados às letras descodificadas, podem criar textos rápidos e precisos”, diz o primeiro autor do estudo Frank Willett, investigador de próteses neurais da Universidade de Stanford”
Crédito da foto: F. Willett et al., Nature, 2021, Erika Woodrum