Cientistas do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) do Japão dizem que conseguiram bater os recordes de velocidade da internet com 319 terabits por segundo. Isto quer dizer que podem fazer download de toda a biblioteca da Netflix em meio segundo!
Os sinais de internet mais rápidos são compostos por dados convertidos em pulsos de luz e enviados por fibra ótica – feixes de fios de vidro semelhantes a fios de cabelo. Os cientistas tentam descobrir como colocar mais e mais dados na infraestrutura instalada – ou seja, manter as coisas mais ou menos compatíveis, mas melhorar o número de bibliotecas Netflix por segundo que podemos baixar.
Como? Primeiro, temos de saber que a luz tem propriedades de onda. Como uma onda na água, podes pensar numa onda de luz com uma série de picos e depressões que se movem pelo espaço. A distância entre os picos (ou vales) é valor do comprimento de onda. Na luz visível, os comprimentos de onda mais curtos correspondem às cores mais azuis e os comprimentos de onda mais longos às cores mais vermelhas. A internet funciona com pulsos infravermelhos de luz, um pouco mais longos do que os da faixa visível.
Podemos codificar informações em diferentes comprimentos de onda – como atribuir uma “cor” diferente de luz para cada pacote de informações – e transmiti-los simultaneamente. Se expandirmos o número de comprimentos de onda disponíveis e aumentarmos a quantidade de dados que se pode enviar ao mesmo tempo, temos o efeito de multiplexação por divisão do comprimento de onda.
Foi a primeira coisa que os japoneses fizeram: expandiram a seleção de “cores” disponíveis, adicionando uma banda inteira de comprimentos de onda (a banda S), que só havia sido demonstrada para comunicações de curto alcance anteriormente. No estudo, eles mostraram uma transmissão confiável, incluindo a banda S a uma distância de 3.001 quilómetros.
Depois atacaram os amplificadores de sinal nos cabos. Para acomodar a banda S, a equipa introduziu novas substâncias para alterar as propriedades do material, usando érbio e túlio. Estes, combinados com uma técnica chamada amplificação Raman, que dispara um laser de trás para frente na linha para aumentar a força do sinal ao longo de seu comprimento, manteve os sinais rápidos a longo prazo.
Normalmente fibra de longa distância tem um único núcleo de fibra, neste caso colocaram quatro núcleos para maior fluxo de dados. A equipa dividiu os dados em 552 canais (ou “cores”), cada canal transmitindo em média 580 gigabits por segundo nos quatro núcleos.