A China tem uma economia de elevado crescimento e transformou-se no maior emissor de gases com efeito de estufa do mundo. Como é o país mais populoso e o nível de vida de parte da sua população é ainda baixo, o seu consumo energético irá continuar a aumentar nos próximos anos.
Por isso, a China é o maior investidor mundial em energia renovável, tanto em eólico, como fotovoltaico, como hidroelétrico. E, como as suas necessidades são enormes, até novas e muito poluentes centrais a carvão, continuam a ser construídas. No entanto, os compromissos de baixar as emissões impõem que o carvão deixe de ser aposta e para tal, a China está também a avançar com fortes investimentos em energia nuclear.
Isto é particularmente interessante porque muitos países desenvolvidos praticamente deixaram de investir em novas centrais nucleares e por isso deixaram de desenvolver a esta tecnologia.
Há muito que as centrais salinas, que dispensam o arrefecimento a água, utilizam tório e urânio 233 ao invés de urânio 235 e plutónio, são muito promissoras. As vantagens são múltiplas já que permitem usar matérias primas mais abundantes, dispensam a necessidade de água e reutilizam os resíduos radioativos reduzindo os resíduos.
Estamos perante um enorme evolução tecnológica que poderá permitir maior facilidade de implementação, menor custo, maior segurança e impacto ambiental baixo.
Na verdade, este tipo de centrais já foi testado há algumas décadas no ocidente, mas na altura não existia tecnologia para resolver algumas das dificuldades e é isso que a China se propõe fazer avançando com a construção de uma pequena central de 2 MW, capaz de alimentar 1000 casas. Este é apenas um passo intermédio para o plano final, que visa construir até 2030 uma central de 370 MW, capaz de alimentar mais de 185 000 residências.
O mundo olha com expectativa para este avanço porque, caso se confirmem as suas vantagens teóricas, poderá ser a melhor forma de produzir energia – pelo menos até que a fusão nuclear se torne uma realidade – resolvendo-se assim o problema das emissões de CO2 emitidas na produção de energia e isto sem as dificuldades de intermitência que a energia renovável tem.
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