Diapositivo1

Veneza mostra como lidar com a subida do nível do mar

Veneza é alvo de inundações com frequência. Os Países Baixos estão abaixo do nível médio das águas do mar e praticamente não têm inundações devido ao mar. Os holandeses dominam com mestria a construção de diques, que lhes permitem controlar o nível das águas. O Bangladesh tem também grande parte do seu território abaixo do nível do mar e não tem o sistema de diques, nem o poder económico dos Países Baixos, e isso significa que fica frequentemente com grande parte do seu território inundado, gerando milhões de desalojados e inviabilizando atividade económica.

O que todas estas situações têm em comum é que enfrentam uma situação recorrente que, com as alterações climáticas, se tende a agravar em frequência e intensidade. Eventos que eram esparsos e mitigáveis são cada vez mais frequentes, ampliando drasticamente os custos e gerando consequências, muitas vezes, irreversíveis.

Se analisarmos as previsões de subida do mar para os próximas décadas, vemos que grande parte das zonas costeiras no mundo irão ser submetidas a pressões semelhantes (subida do mar) e isso implicará custos provavelmente incomportáveis.

Mas há soluções de engenharia para este tipo de problemas. Veneza foi este mês fustigada por mais uma tempestade e ergueu pela primeira vez a barragem “Mose”, constituída por 78 barreiras independentes, preparadas para controlar a subida do mar até 3 metros. Custou 5,5 mil milhões de euros e finalmente foi concluída, depois de 17 anos de má gestão.

Havia grande ceticismo em relação ao sistema, já que a construção foi marcada por corrupção, custos descontrolados desde 2003, mas o sistema provou ser eficaz e portanto serão este tipo de soluções que terão que ser construídas em muitas geografias, para prevenir inundações nas metrópoles costeiras.

Crédito imagem: Reuters

www.publico.pt

Comments are closed.