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Estudo explica a genética que nos estrutura

Quais são os genes que controlam as características que  nos fazem ter a aparência que temos? E como atuam? Em 1990, o biólogo William McGinnis, da Universidade da Califórnia em San Diego, conduziu uma experiência que desvendou como os genes de controlo de alto nível – os genes Hox – moldam a nossa aparência. A “experiência McGinnis” ajudou a pavimentar o caminho para a compreensão do papel dos genes Hox na determinação da aparência uniforme das espécies, de humanos a chimpanzés e moscas.

Mais de três décadas depois, um estudo publicado em 10 de novembro na Science Advances, liderado por Ankush Auradkar, um pós-doutorado da UC San Diego, orientado pelo próprio McGinnis e pelo autor sénior do estudo, Ethan Bier, ajuda a responder a perguntas sobre como funcionam os genes Hox.

A experiência de McGinnis testou se as proteínas produzidas por um gene Hox humano ou de rato poderiam funcionar em moscas. Seguindo esses passos, o novo estudo aproveitou a edição moderna do CRISPR para investigar todos os aspectos da função do gene Hox, que consiste tanto na codificação da proteína quanto nas regiões de controlo, poderiam ser substituídos numa mosca-da-fruta comum de laboratório (Drosophila Melanogaster) por outra da sua prima havaiana mais rara (Drosophila Mimica), que tem um rosto muito diferente.

O gene em questão, chamado proboscipédia, revelou claramente que controla a formação de partes da boca,  incrivelmente diferentes nas duas espécies – lisas e esponjosas em D. Melanogaster, mas mais parecidas com uma grade (lembrando o rosto do alienígena nos filmes de ficção científica Predator) em D. Mímica.

Foto: Imagens de microscopia eletrónica contrastam as características lisas e esponjosas da mosca-das-frutas Drosophila Melanogaster Comum (à esquerda) e as características semelhantes a grelha de sua prima mais rara, a Drosophila Mimica Havaiana. 

Crédito da foto: Bier Lab, UC San Diego

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