O Prémio Nobel da Literatura foi atribuído ao romancista Tanzaniano, Abdulrazak Gurnah, segundo a Academia Sueca, pela sua “capacidade de penetrar sem compromissos e com compaixão, nos efeitos do colonialismo e nos destinos dos refugiados entre culturas e continentes”. Destacam ainda a “dedicação à verdade” e a sua “aversão a simplificações”, o “afastamento de descrições estereotipadas” e obras que “despertam o nosso olhar para a África Oriental culturalmente diversificada e desconhecida de muitos leitores de outras partes do mundo”.
O autor, com 73 anos, nasceu na ilha de Zanzibar e conhece bem a realidade colonial, de emigrante e refugiado. Ele próprio, reside no Reino Unido desde a década de 60, onde chegou como refugiado.
A sua obra estende-se por 10 romances, por enquanto nenhum traduzido em Portugal, com nomes como: “Memória da partida”, “O caminho dos peregrinos”, “Dottie”, todos lidando com a experiência como imigrante no Reino Unido; “Paraíso” sobre a vida de um rapaz na África Oriental fustigado pelo peso do colonialismo; entre outros onde as histórias se desenvolvem por entre gerações de pessoas que sofrem os efeitos do colonialismo ou lutam pela afirmação como imigrantes.
Crédito da foto: Henry Nicholls/Reuters