Steven Pinker brindou-nos no passado, com os magníficos livros como “Os anjos bons da nossa natureza”, que nos mostra a extraordinária redução da violência nas sociedades humanas atuais, ou “O Iluminismo Agora” em que nos transporta através de uma viagem pelo progresso humano.
Pinker lança agora um novo livro, “Racionalidade” (disponível em Português a partir do dia 20 de outubro), em que evidencia um dos maiores paradoxos do nosso tempo: por um lado temos sociedades com elevados níveis de educação, que nos permitiu conhecimentos científicos capazes de permitir viagens pelos confins do espaço ou de produzir uma vacina para uma nova doença em menos de um ano; mas por outro lado vemo-nos crescentemente enredados em fake news, teorias da conspiração, promessas de curas milagrosas próprias, dir-se-ia, de sociedades de baixa literacia.
Pinker não aceita a tese daqueles que dizem que, mesmo com mais educação, a natureza intrínseca do ser humano é a de irracionalidade latente. Diz antes que esta nossa vulnerabilidade às falácias e preconceitos resulta de, apesar de sermos utilizadores de tecnologia extraordinária, não sermos na nossa educação devidamente confrontados com as ferramentas da razão que fomos construindo para obter e validar conhecimento que são a lógica, o pensamento crítico, a estatística, a decisão em contexto de incerteza, os testes, entre outras
Neste livro, Pinker percorre de forma clarividente todas estas ferramentas que estão na base da sociedade que temos hoje mas que, não sendo exercitadas no dia a dia, deixam espaço para falso conhecimento.
No link deixamos o acesso ao excelente blog/revista do filósofo Desidério Murcho, com que o Cogito irá ter o prazer de conversar esta semana, e que apresenta uma tradução das primeiras páginas do livro de Pinker.
Crédito da foto: Livraria Almedina