Temos três vacinas COVID-19 com autorização para atuar nos Estados Unidos e Europa. Duas delas, desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e Moderna, empregam uma nova tecnologia genética conhecida como mRNA. A terceira, desenvolvida pela Universidade de Oxford e AstraZeneca, é uma vacina mais convencional, que usa um vírus de chimpanzé para entregar ADN ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19. Rússia, China e Índia lançaram suas próprias vacinas, mas não estão autorizadas nos países ocidentais.
Mas por mais impressionantes que sejam, estas vacinas provavelmente não serão suficientes para acabar com a pandemia a nível mundial. Felizmente, existem centenas de outras vacinas COVID-19 em desenvolvimento – incluindo muitas com novos mecanismos de ação – que podem ser eficazes, mais baratas e mais fáceis de distribuir.
As vacinas de “segunda geração” estão em fase de desenvolvimento, muitas delas usando novas técnicas. A vacinologia tem progredido nos últimos 15 anos, desenvolvendo uma série de estratégias incrivelmente elegantes. Daí resulta que existem quase 240 novas vacinas candidatas em desenvolvimento, aguardando o seu momento. Eis as que mostram maior potencial.
ARN AUTOAMPLIFICADOR (IMPERIAL COLLEGE LONDON)
É semelhante às vacinas de mRNA que foram aprovadas. Esta insere material genético do vírus diretamente nas células do vacinado, estimulando o corpo a fabricar a famosa proteína “spike” que cobre a superfície do SARS-CoV-2. Tal como as vacinas de mRNA, o projeto do Imperial College London fornece apenas o material genético, não o vírus real, por isso é improvável que aumente as hipóteses de contrair a doença, caso as pessoas sejam infetadas após a vacinação. A diferença desta vacina, é que ela foi modificada para transformar as células do corpo do paciente, em fábricas que produzem continuamente proteínas – o que significa que não são precisas novas doses de vacina. Além disso, esse ARN de “autoamplificação” pode ser feito em grandes volumes com um custo de produção baixo.
SUBUNIDADE DE PROTEÍNA (NOVAVAX)
Os cientistas da Novavax, uma startup sediada em Maryland, concentraram-se em entregar a proteína spike, em vez do vírus inteiro ou do seu material genético. O seu modelo de vacina foi criado através da bioengenharia de células de borboleta, para produzir proteínas spike em biorreatores de baixo custo. Além disso, esta vacina pode ser mantida entre dois e oito graus centígrados – temperatura normal de refrigeração – tornando-a muito mais prática de distribuir. O truque desta abordagem é a adição de um “adjuvante” – um aditivo que aumenta a resposta do sistema imunológico – feito de saponina, um composto derivado da casca da árvore de sabão chilena. “A tecnologia de proteínas projetadas foi testada e comprovada no passado, mas leva um pouco mais de tempo para produzir do que o RNA”, explica Gregory Glenn, presidente de pesquisa e desenvolvimento da Novavax.
Foto: vacina da AstraZeneca
Credito: Russell Cheyne, Getty Images