Através da análise de questionários padronizados no mundo inteiro, o psicólogo James Flynn constatou ao longo do séc. XX uma subida geral do Q.I. (Quociente de Inteligência). O mesmo se passou com diversas outras competências que também melhoraram.
As explicações para o chamado “efeito Flynn” não são absolutamente conclusivas, mas provavelmente relacionam-se com melhorias de fatores como a nutrição, o afeto, a educação, a participação de ambos os pais, entre outros.
A verdade é que nos últimos tempos, nos países onde as boas condições nutricionais e educacionais estão estáveis há décadas, a inteligência das crianças parece ser mais baixa que a dos seus progenitores. Uma geração ser menos inteligente que a geração anterior acontece pela primeira vez.
O neurocientista Michel Desmurget, diretor de investigação, do Instituto Nacional de Saúde em França, apresenta-nos as evidências para essa conclusão, no seu livro “A fábrica de cretinos digitais” (ainda não editado em Portugal)”
Infelizmente, ainda não é possível determinar o papel específico de cada fator, incluindo por exemplo a poluição (especialmente a exposição precoce a pesticidas) ou a exposição a telas. O que sabemos com certeza é que, mesmo que o tempo de tela de uma criança não seja o único culpado, isso tem um efeito significativo em seu QI. Vários estudos têm mostrado que quando o uso de televisão ou videogame aumenta, o QI e o desenvolvimento cognitivo diminuem.
Os principais alicerces da nossa inteligência são afetados: linguagem, concentração, memória, cultura (definida como um corpo de conhecimento que nos ajuda a organizar e compreender o mundo). Em última análise, esses impactes levam a uma queda significativa no desempenho academico.”