A escritora sul-coreana Han Kang caminha até à clareira da floresta Nordmarka, nas colinas fora de Oslo, e deposita um exemplar do seu manuscrito. O livro será escondido do público e só poderá ser lido daqui a 100 anos. Nem a escritora, nem o seu filho de 18 anos viverão para ver a sua publicação. Os curiosos que se reuniram naquele dia na floresta também não vão testemunhar.
Esta é a ‘Biblioteca do Futuro’, uma ideia da artista concetual escocesa Katie Paterson, destinada às gerações futuras, na esperança de que em 100 anos a humanidade ainda exista e queira ler livros.
A cada ano, na clareira onde os futuros livros estão crescendo, o Future Library Trust seleciona um autor, que entrega o seu manuscrito deixando-o na clareira. O conteúdo, forma, volume e outros detalhes – exceto o título – permanecerão em segredo por 100 anos. A primeira colaboradora que chegou a Oslo em 2014 foi Margaret Atwood, conhecida por suas representações distópicas do futuro. Depois foi o romancista britânico David Mitchell, o poeta e romancista islandês Sjón, o escritor turco Elif Shafak, e este ano foi Karl Ove Knausgård. Há espaço para mais 94 autores.
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