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Cientistas criam superbactéria completamente diferente

Será possível criar uma firewall genética? Talvez sim, de acordo com um estudo agora publicado na Revista Science. Os cientistas reformularam parcialmente o código genético, de forma a que os organismos normais não conseguem compreender. Da mesma forma, as bactérias modificadas perderam a sua capacidade de ler o código genético natural. Os ajustes formaram uma poderosa barreira de linguagem entre as bactérias manipuladas geneticamente e os organismos naturais, isolando-os em mundos diferentes.

As bactérias manipuladas revelaram-se resistentes até mesmo aos vírus mais agressivos, com poucas hipóteses de derramar o seu código sintético na Natureza. Apelidado de refatoração, o processo coloca em quarentena organismos sintéticos do mundo natural.

“Criámos uma forma de vida que não lê o código genético canônico e que escreve sua informação genética de uma forma que não pode ser lida”, disse o Dr. Jason Chin, do Medical Research Council Laboratory of Molecular Biology, em Cambridge, que liderou o estudo.

Em 2021, a equipa de Chin reescreveu mais de 18.000 sequências de genes em bactérias E. coli – um cavalo de batalha para biotecnologia e pesquisa – e mostrou a nova forma de vida pronta para a programação. A equipa limpou a casa, removendo tRNA que anteriormente lêem os genes agora extintos.

Em vários testes, a bactéria superpoderosa, apelidada de Syn61.Δ3(ev5), lutou contra uma infinidade de vírus que precisam sequestrar a maquinaria genética da célula para se replicar. Como a os vírus não conseguiam ler o código genético padrão da bactéria, ela escapou incólome aos seus invasores. 

Crédito foto:  National Institute of Allergy and Infectious Diseases, National Institutes of Health

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