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Há uma nova teoria da gravidade

A observação de  comportamentos estranhos em aglomerados estrelares está na origem de uma teoria alternativa da gravidade, que pode irradicar a necessidade de matéria escura. Embora tenha sido substituída pela teoria da relatividade geral de Einstein, a lei da gravitação universal de Newton ainda se aplica muito bem na explicação da estrutura e dos movimentos em larga escala do universo.

Mas agora tudo pode mudar. Uma equipa internacional, liderada pelo professor Pavel Kroupa (na foto), que estava a investigar aglomerados estrelares abertos, que contêm milhares de estrelas jovens nascidas de uma grande nuvem de poeira e gás, traz novos dados. Estes aglomerados têm uma vida útil relativamente curta antes de se dissolverem, pois as estrelas dividem-se dois tipos de “caudas”.

“De acordo com as leis da gravidade de Newton, é uma questão de sorte saber qual das caudas a estrela perdida acaba”, disse o Dr. Jan Pflamm-Altenburg, co-autor do estudo. “Assim, ambas as caudas devem conter aproximadamente o mesmo número de estrelas. No entanto, no nosso trabalho fomos capazes de provar pela primeira vez que isso não é verdade: nos aglomerados que estudamos, a cauda dianteira sempre contém significativamente mais estrelas próximas ao aglomerado do que a cauda traseira.”

A equipa simulou os movimentos das estrelas nesses aglomerados de acordo com uma hipótese diferente, conhecida como Dinâmica Newtoniana Modificada (MOND). Essencialmente, este modelo sugere que os efeitos da gravidade são mais fortes em baixas acelerações do que nas leis de Newton. As previsões deste modelo bateram certo com as observações.

“Simplificando, de acordo com o MOND, as estrelas podem deixar um aglomerado por duas portas diferentes”, disse o professor Pavel Kroupa, primeiro autor do estudo. “Um leva à cauda da traseira, o outro à frente. No entanto, o primeiro é muito mais estreito que o segundo – portanto, é menos provável que uma estrela saia do aglomerado através dele. A teoria da gravidade de Newton, por outro lado, prevê que ambas as portas devem ter a mesma largura.”

Este modelo pode deixar cair a necessidade de haver matéria escura, como forma encontrada para justificar as observações cósmicas.

Crédito foto: astro.uni-bonn.de/~pavel/

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