Existem ideias para todo o tipo de gosto e sabores. Os consumidores de vinho de supermercado, como é a esmagadora maioria dos portugueses, fica intrigado com os preços das garrafas das prateleiras superiores. E abre a boca de espanto quando deparamos com vinhos como o Barca Velha, que são caros, mas têm décadas – quase séculos – de branding e maturação vínica. Agora vinhos novos a preços de vinhos históricos, parece uma loucura. Mas, ao que parece, é uma loucura bem sucedida.
O empresário português Cláudio Martins, da Martins Wine Advisor, em parceria com o produtor espanhol Dominik Huber, da Terroir al Limit, da região de Priorat, lançou em Madrid, o vinho Uranus a 1.700 euros a garrafa. É o segundo vinho desta coleção depois do português Júpiter, do produtor Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocim, no Alentejo, a mil euros cada garrafa, ter esgotado num instante.
“O Uranus é um vinho tinto da colheita de 2021, produzido em vinhas velhas com 75 anos, na região de Priorat, na Catalunha, numa região mediterrânea”, com edição limitada de 500 garrafas, descreve Cláudio Martins. Na prática, continua, “é um vinho leve, aberto, frutado, com pouca extração, boa acidez, alguns toques de especiarias e um potencial de longevidade enorme”. Segundo os seus autores, existem já pré-reservas para 140 garrafas.
As razões deste valor? O projeto Wines From Another World do português, vai decorrer durante sete anos, com outros vinhos das regiões de Bordéus, Champagne, Toscana, Napa Valley, Mosel, Geórgia e o Douro. “Estes nove vinhos tornar-se-ão rapidamente alguns dos mais cobiçados nas próximas décadas e, logicamente, o seu valor aumentará exponencialmente durante esse período”, frisa Cláudio Martins.
Pelos vistos, a ideia é a de quanto mais caro, melhor. Mais publicidade, mais artigos de jornais, mais expectativas do mercado, mais negócios. Só esperamos que o vinho seja mesmo bom.
Crédito foto: Claudio Martins