Cassie, um robô bípede, correu os 100 metros em 24,73 segundos, mais do dobro do record humano, mas uma grande conquista para este tipo de robôs. Um programa de inteligência artificial ensinou o Cassie a desenvolver a velocidade e a agilidade para manter o equilíbrio em situações do mundo real.
Já anteriormente, o Cassie havia completado 5 km em 53 minutos, demonstrando que podia manter-se de pé durante períodos prolongados. Mas a velocidade foi um elemento adicional mais complexo de atingir, tendo sido o reflexo de cerca de cinco anos de investigação e desenvolvimento nas áreas da engenharia e machine learning da Universidade do Estado de Oregon e da empresa spinoff, Agility Robotics.
Este é um avanço significativo na capacidade de robôs humanoides desempenharem num futuro já não muito longínquo, tarefas na ambivalência do mundo real, mas há quem considere que estes passos, sendo importantes, não são suficientes.
Nancy J. Cooke, professora de engenharia de sistemas humanos na Universidade do Estado do Arizona, observou que “os robôs estão a ficar muito bons a fazer coisas como correr ou chutar uma bola de futebol. Mas a parte mais difícil é criar uma máquina que interage com os humanos de uma forma natural. O que lhes falta é uma cognição complexa”, disse Cooke. “Há uma necessidade de compreensão profunda dos humanos para interagir com os humanos e isso falta-lhes. Por outro lado é louvável que robôs como a Cassie estejam a avançar na indústria da robótica, mas parece desnecessário construir máquinas que simplesmente replicam o que os humanos fazem. Pode valer a pena, disse ela, criar robôs que possam fazer coisas que os humanos não podem.”
Crédito foto: Auto Evolution