circuiro agua

Computadores com processadores em meios aquosos?

Uma equipa de físicos desenvolveu com sucesso um circuito iónico – um processador baseado nos movimentos de átomos e moléculas carregados numa solução aquosa, em vez de eletrões num semicondutor sólido.

“Circuitos iónicos em soluções aquosas procuram usar iões  para processamento de sinal”, escreve a equipa liderada pelo físico Woo-Bin Jung, da School of Engineering and Applied Sciences (SEAS) num novo artigo. “Esta demonstração do circuito iónico funcional capaz de computação analógica é um passo em direção a sistemas iónicos aquosos mais sofisticados.” Uma parte importante da transmissão de sinais no cérebro é o movimento de moléculas carregadas, os  iões, através de um meio líquido. Embora o incrível poder de processamento do cérebro seja extremamente difícil de replicar, os cientistas pensaram que um sistema semelhante poderia ser empregado para computação: enviar iões através de uma solução aquosa.

Isso seria mais lento do que a computação convencional baseada em silício, mas pode ter algumas vantagens interessantes. Por exemplo, iões podem ser criados a partir de uma ampla gama de moléculas, cada uma com propriedades diferentes que podem ser exploradas de maneiras diferentes.

Mas primeiro, os cientistas precisam mostrar que isso pode funcionar. É nisso que Jung e seus colegas estão a trabalhar. O primeiro passo foi projetar um transistor iónico funcional, um dispositivo que comuta ou aumenta um sinal.

No trabalho relatado no artigo, envolveu a combinação de centenas desses transistores para trabalharem juntos como um circuito iónico. O transistor consiste num arranjo de eletrodos “alvo”, com um pequeno elétrodo em forma de disco no centro, e dois eletrodos de anel concêntrico em seu redor. Isso faz interface com uma solução aquosa de moléculas de quinona. Uma voltagem aplicada ao disco central gera uma corrente de iões de hidrogénio na solução de quinona. Enquanto isso, os dois elétrodos em anel modulam o pH da solução, aumentando ou diminuindo a corrente iónica. Temos fluxo de iões, temos fluxo de informação.

Crédito: Science Alert

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