A utilização de satélites para medir a espessura do gelo no Ártico é usada desde a década de 1980. Porém, estas medições só eram possíveis de realizar, de outubro a março já que, durante o período de verão, os satélites não conseguiam medir com precisão confundindo zonas de gelo em derretimento, com a água.
O problema foi agora superado. Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade do Ártico da Noruega e pela Universidade de Bristol usou uma nova técnica baseada em Inteligência Artificial (IA) e conseguiu ultrapassar as dificuldades anteriores.
Com estas novas técnicas torna-se possível distinguir, quando as medições se referem a gelo ou a oceano, havendo assim capacidade de monitorizar a espessura do gelo durante todo o ano.
Os primeiros dados foram publicados na revista Nature. Graças a esta monitorização constante da espessura do gelo pode melhorar-se o conhecimento de base, já que estes dados mais rigorosos, vão permitir atualizar e evoluir os modelos climáticos tanto de curto, médio ou longo prazo e permitem também acrescentar um elevado valor económico e comercial principalmente para a indústria do transporte marítimo de contentores.
Na verdade, devido ao grande degelo do Ártico nos últimos anos, o interesse na navegação através do Ártico durante o Verão, em particular através do Mar de Barents, tem aumentado. O instituto meteorológico da Noruega faz previsões sobre o gelo, mas normalmente têm muita incerteza durante os meses de verão, o que complica a navegação. Isto pode agora ser superado dando mais confiança a estes circuitos de transporte que permitem economizar muitos milhares de quilómetros.
Crédito da foto: Transportenvironment
