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IBM aproxima-se do limite absoluto do frio

Temos falado frequentemente nesta newsletter, no potencial transformador da computação quântica. Enquanto a computação tradicional funciona com bit’s que têm dois estados, o 0 ou o 1, as propriedades da física quântica permitem que os estados se sobreponham. Assim, o bit quântico ou qubit, também tem os mesmos dois estados base, mas estes podem também ser simultâneos, ou seja pode ser 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. Isto amplia extraordinariamente as propriedades computacionais e a capacidade de cálculo.

No entanto, as dificuldades para construir computadores quânticos e ampliar a sua dimensão e capacidade são também muito grandes. As interferências do ambiente externo perturbam com facilidade o funcionamento dos computadores quânticos e a única forma conhecida de ultrapassar este problema, diminuindo estas perturbações, é baixar a temperatura para o mais perto possível do zero absoluto, -273,15°C ou 0 K (Kelvin). Quanto mais perto desta temperatura, menor o nível de energia dos átomos e, em consequência,  mais reduzida é a interferência das partículas que constituem o meio ambiente circundante do hardware quântico.

O projeto Goldeneye é uma nova iniciativa da IBM, que visa construir um sistema capaz de arrefecer e manter temperaturas o mais perto possível do zero absoluto. Para tal construiu um “superfrigorífico” que funciona com uma mistura de Hélio-3 e Hélio-4, capaz de arrefecer o seu interior até pouco milésimos de grau acima do zero absoluto. Testes efetuados permitiram atingir temperaturas, apenas 25 milésimas do grau acima do zero absoluto, ou seja -273,125°C.

O frigorífico experimental tem um volume de 1,7 metros cúbicos, pesa 6,7 toneladas por forma a também reduzir as vibrações mecânicas e foi construído, de modo a que a câmara de vácuo possa ser aberta com relativa facilidade para um acesso simplificado ao seu hardware.

Crédito da foto: IBM

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