O ser humano transforma os alimentos que consome desde há milhares de anos. Não comeríamos nenhum dos legumes ou frutos nas suas variantes originais de há milhares ou centenas de anos. Seriam pouco atrativos, pouco consistentes, menos nutritivos. Seriam também difíceis de produzir e pouco produtivos. Com os animais que domesticámos e melhorámos seria o mesmo.
E no entanto grande parte destas modificações foram feitas ao longo de milhares de anos por simples cruzamento de variedades. E estamos contentes com isso. Dizemos até que são alimentos naturais, ao mesmo tempo que muitas organizações alimentam duvidas sobre o artificialismo e risco dos alimentos geneticamente modificados (OGM ou GMO).
Ou seja, não colocamos em causa o que os nossos antepassados foram capazes de produzir, sem grandes conhecimentos de saúde, agricultura e muito menos genética, mas duvidamos do conhecimento atual, que é incomparavelmente superior. Não parece ser muito racional!
A verdade é que os benefícios dos alimentos geneticamente modificados são grandes e em várias áreas. Em termos ambientais possibilitam maior produtividade, maior resistência a doenças, a insetos, o que significa menos pesticidas, menos água, menos fertilizantes. Há também vantagens em climas extremos, que são cada vez mais frequentes devido às alterações climáticas. Finalmente há até benefícios para a saúde, com variantes mais nutritivas ou com reforços que permitem superar e prevenir determinadas doenças. Os casos de sucesso multiplicam-se pelo mundo fora. Os links que deixamos mostram alguns casos recentes.
Nada disto leva ainda em consideração os avanços das técnicas de edição genética Cripr-CAS9, que deram o prémio Nobel da Química desta ano, que poderão proporcionar verdadeiras revoluções na genética.
É sem dúvida uma área onde melhor informação é necessária para evitar medos infundados.
www.physics.org
www.tandfonline.com
www.scimed.cienciabaseadaemevidencia.pt