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Uma vacina não é coisa fácil!

“Nove Mulheres não geram um bebé num mês” é uma piada que se conta frequentemente, a pretexto da impossibilidade, em muitas situações, de se superar o fator tempo, mesmo que se coloquem muitos recursos ao dispor.

Isto não é obviamente verdadeiro para as fases iniciais de investigação e experiências laboratoriais do desenvolvimento de uma vacina, mas aplica-se em grande medida à fase de testes. De facto, para se garantir segurança e eficácia são necessários procedimentos que demoram tempo, já que implicam várias fases de testes sequenciais que, em caso de insucesso, não só impedem que se passe para a fase seguinte, como qualquer alteração que se faça implica voltar à fase inicial. Ao longo das várias fases de testes vai-se aumentando a sua abrangência e há que garantir uma base suficientemente vasta para ser relevante,  que inclua populações amplas, diversificadas e o tempo necessário para permitir a observação de efeitos que podem não ser de curto prazo.

Para termos uma ideia, a vacina para a poliomielite demorou 7 anos a desenvolver, para o sarampo 9 anos, para a varicela 34 anos, para a papeira, 4 anos, para o papiloma vírus 15 anos. Isto para não falar de casos, como a Sida, em que ainda hoje e apesar dos enormes investimentos, não conseguimos ainda ter uma vacina.

São apenas exemplos e obviamente alguns decorreram num tempo em que o conhecimento científico e a interação entre cientistas era muito mais limitada do que hoje em dia, mas serve para se perceber quão distante está a expectativa que todos temos para uma vacina contra a Covid 19, nos próximos tempos, quando o normal seria um processo de 5 a 10 anos.

Será de facto um extraordinário esforço coletivo da comunidade científica se a vacina puder ser operacionalizada em grande escala, no próximo ano.

No artigo podemos perceber as fases de testes inerentes a uma vacina.

Fases desenvolvimento Vacina

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